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domingo, 26 de fevereiro de 2017

Crítica: Florence - Quem é Essa Mulher?


As comédias são um grupo de produções peculiares demais para fazerem parte das grande premiações, algumas relegadas ao fracasso em bilheterias americanas e outras destinadas ao estrelato (como aconteceu com o recente Os Oito Odiados).  Mas quem disse que seus interpretes não podem concorrer a um oscarzinho e além disso emocionar e cativar toda uma platéia? Este é o caso do drama-cômico Florence: Quem é Essa Mulher?
Possuindo uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz pela interpretação de Merly Streep.

O filme conta a história da confiante Florence Foster, uma senhora que acredita ter o dom de cantar mesmo que todos ao redor saibam que ela não possui vocação. Após anos de falso estrelato sua vida muda com a chegada de seu novo jovem pianista.

É bom comentar que tudo está bem encaixado neste filme como a brilhosa fotografia que se junta suavemente aos movimentos da câmera. A trilha sonora com ópera se conecta bem nas cenas. Os figurinos se unem primorosamente a nostálgica época em que o filme se passa.
As atuações estão bem na linha, mas quem rouba o show aqui é Merly como Florence que canta e está simpática interpretando a doce corista com suas várias facetas como medo, felicidade e compaixão. Além de cantar lindamente em algumas cenas.
O destaque fica também pelo ator Simon Helberg como o jovem pianista. Com uma personalidade bem construída conhecemos mais sobre o personagem durante o filme e seus costumes como bebida e musculação. É ótimo ver um personagem que poderia ter sido deixado de escanteio recebendo tanto destaque.

Em comentários técnicos tenho muito a elogiar como a edição que ficou caprichada e torna o filme de quase duas horas uma produção agradável e culta. Ponto positivo.

As ambientações do filme estão excelentes. Um toque especial são os belos carros que deram um certo charme as cenas externas.
Diferente e especial, Florence Foster Jenkins (título original) é mais um daqueles casos de nunca-julgue-um-livro-pela-capa que de vez em quando acontecem.
NOTA: 4,0 ****/5,0 *****

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Crítica: Hell or High Water (A Qualquer Custo)

É incrível como detalhes simples podem montar uma ótima película. Estes exemplares são chamados de filmes artísticos e esse é o caso de A Qualquer Custo, indicado ao Oscar.

O filme apresenta a história de dois irmãos que realizam roubos milionários a anos, mas nunca deixar vitimas. Mais as coisas se tornam um pouco mais difíceis quando familiares e policiais se aproximam.

Para construir um bom filme é necessário um bom roteiro e nesse caso construíram um bom clichê. Quantas vezes já não vimos a história de dois ladrões que possuem diferentes visões da vida e um que é mais gentil do que o outro? Este filme torna um dos poucos casos em que clichê é bem usado e anexado a um boa história original.

No campo das interpretações temos os ótimos Chris Pine (aqui irreconhecível) e Ben Foster,que dão vida aos irmãos que e atuam na maneira mais natural possível. Também está ótimo em sua apresentação está Jeff Bridges.

Além das boas interpretações também temos uma fotografia e brilho amarelado em vários frames da película que dão um charme especial a esta produção.
Edição bem feita e algumas boas tiradas completam a produção que também pode ser considerada um faroeste moderno com seus bancos de última geração, bares luminosos e desertos riquíssimos.
NOTA: 4,0 ****/5,0 *****

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Critica: A Tartaruga Vermelha


Animações são a grande paixão dos estúdios de cinema e cinéfilos atualmente. Com a chegada de animações como Frozen ou Zootopia (falando ainda só de animações atuais da Disney), que recheiam este mercado de boa receita (bilheteria), sem desdenhar da qualidade sempre presente.
Mas aqui o caso é outro, estamos falando do Studio Ghibli, produtora de animações queridas como Túmulo dos Vagalumes e A Viagem de Chiriro, que chega com um novo conto.
O filme apresenta um jovem que acaba se perdendo no mar e indo parar em uma ilha deserta. Enquanto a morte está à caminho ele acaba encontrando uma tartaruga vermelha com que acaba encontrando uma bela amizade e outras surpresas pelo caminho.
Animações tradicionais são o formato que se criaram as primeiras animações e é o que usado para compor esta produção. Só tenho a elogiar, as cenas ficam bem realistas e adicionam um certo charme. As florestas e o mar são de boa profundidade e parecem que brotam da TV na sala. Belíssimo.
O real problema desta animação está no roteiro, que não é muito completo para segurar os poucos mais de 70 minutos de exibição e acaba jogando o espectador numa ligeira monotonia. O material compactado em um curta seria menos cansativo e sem dúvida agradaria mais.
Sendo um filme mudo sem dúvida capricharam na sonoplastia do filme que incluí uma bela trilha sonora assim como o som da água.
The Red Turtle (título original) pode ser uma boa animação para se deslumbrar e refletir sobre nossa vida, assim como especular muito após o fim da exibição, mas sem dúvida não é um filme para qualquer espectador.
NOTA: 3,5 ***-/5,0 *****

Crítica: Manchester À Beira-Mar

Há filmes para causar diversos sentimentos em nossas vidas. E de tempos em tempos surgem filmes maravilhosos para nos identificarmos com sua história e seus personagens, Manchester à Beira-Mar é um filme desses princípios.

O filme conta a história de Lee, um jovem zelador que acaba sofrendo diversas perdas e acontecimentos catastróficos em sua vida, e no meio de tudo isso acaba recebendo a visita de seu sobrinho que passou pela perda de um de seus parentes.
Um dos bons pontos desta produção é imprimir em seus personagens diversos sentimentos como raiva, medo e infelicidade.

A figura de Lee é o bom exemplo de uma pessoa auto-destrutiva, isso é bem demonstrado nos momentos em que acaba perdendo a paciência ou em discussões familiares mostradas durante o filme.

Realizando um personagem tão interessante, está o excelente Casey Affleck que sabe dar as nuances necessárias para Lee.

Que fique registrado que é um dos mais dignos para receber um Oscar de melhor ator este ano!
Falando agora em categorias técnicas, temos vários erros e acertos por aqui.
Começando pela trilha sonora de Lesley Barber, que em certas cenas acabam muito bem se encaixando, mas na maioria soam desconexas e aleatórias. Ruim.

O roteiro do filme só engata após a primeira hora de projeção e o espectador acaba caindo na monotonia se não tiver paciência pra desenrolar a história. Ruim também.
Mas agora acaba melhorando

O filme em alguns momentos acaba quebrando a certa tensão criada para dar espaço a algumas boas tiradas envolvendo Star Trek, alguns filmes clássicos e sexo adolescente. Impagáveis.
Com uma fotografia bem chique branca e azul o filme se encaixa bem no monitor, tv ou tela grande (sabe se lá onde você vai assistir rsrs)...

As cenas que incluem um barco e uma igreja são as mais belas do filme. Tudo isso por alguns pequenos detalhes como o enquadramento e iluminação que ficaram perfeitos!
Elogios e reclamações pra todos os lados, mas mesmo com tudo isso Manchester à Beira-Mar é um filme caprichado para a nossa mente, corpo, alma e coração
NOTA: 3,5 ***- /5,0 *****

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Crítica: LEGO Batman: O Filme


A nova franquia LEGO tem se mostrado promissora no mercado cinematográfico atual.
Após Uma Aventuta LEGO receber críticas e bilheteria impecável o estúdio notou que era mais do que necessário criar (ou montar nesse caso) um filme solo para o coadjuvante Batman todinho feito em peças.

O filme conta a já conhecida história do herói, que agora age sozinho como o famoso Batman.
Sua vida ganha sentido novamente com a chegada de Robin, um jovem órfão ajudante para o auxiliar talvez completar uma nova família.

Há muito o que se elogiar nesta animação, os recursos técnicos como os movimentos dos personagens e naves estão impressionantes, é bom ver qualidade em um filme em que os personagens tem movimentos limitados.

O roteiro do filme foi escrito em várias mãos o que resultou em uma história de fácil compreensão e divertimento do espectador.

As referências aqui incluem dos filmes clássicos do Batman até a participação de personagens da saga Harry Potter, O Senhor dos Anéis, King Kong e a Bruxa de O Mágico de Oz.
A veia cômica do filme faz piada com tudo - músicas pop, Superman, amizade, solidão, sexualidade e até o físico do Batman!

Ácido e irreverente.
Assim como no filme LEGO anterior temos uma bela montagem (literalmente) e os cenários estão ótimos, assim como a água feita também de peças.

Tão bem feito que podemos ver a poeira de certos ambientes flutuando entre os personagens, como o  nível de qualidade é tão alto que parece que estamos assistindo uma animação feita ao vivo!
O efeito 3D está bem em tela e cria um ótimo senso de profundidade, a cena de abertura fica espetacular com o uso da dimensão extra. Recomendo o formato.
Irreverente, egoísta e até um pouco emocionante este LEGO Batman é o filme ideal para os fãs de animação, do estúdio DC, LEGO e cultura pop.

NOTA: 4,0 ****/5,0 *****

Crítica: Jackie

Na corrida para as produções que concorrem ao Oscar está Jackie, novo filme do diretor Pablo Larrain chega com bom recursos técnicos e uma atuação estelar de Natalie Portman.

O filme é uma biografia da Primeira Dama,  Jacqueline Kennedy que demonstra eventos traumáticos na sua visão, tanto em sua juventude quanto em sua velhice.

Vamos falar de recursos técnicos?

A produção utiliza diversos filtros que demonstram bem em tela as mudanças de idade da personagem principal, interessante para o espectador e um dos destaques aqui.
.Os figurinos que vão de casacos de pele até camisolas chiques não fazem feio e mais uma vez estão perfeitos para simular os anos 60.

Apesar de toda pompa e elogio, o filme tem graves erros, um deles acaba sendo a montagem que possui 98 minutos que soam arrastados, além da repetição da tragédia envolvendo o Presidente Kennedy.

Mas há também uma bela atuação de Natalie Portman, que por vezes soa irreconhecível como a Primeira Dama, além de interpretar a personagem durante os vários períodos de sua vida, a sua versão mais jovem é a que mais demonstra a beleza e juventude da atriz.
Depois de falar e elogiar alguns pontos do filme, basta dizer que recomendo com algumas ressalvas.
NOTA: 3,5 ***-/5,0  *****

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Crítica: A Chegada

A Chegada foi considerado por muitos o melhor filme de 2016 e sem dúvida ele merece atenção em alguns de seus detalhes como edição e atuação.

O filme apresenta a chegada de naves extraterrestre em diversos pontos globais . Para compreender o motivo de tal evento, o governo contrata a linguista Louise Banks para comunicação e tentativa de impedir uma possível catástrofe global.

Arrival (título original) é talhado de bom conteúdo técnico e estrutural. Acaba se tornando bacana ver como a humanidade reagiria a um acontecimento como esse, o desafio de criar um filme assim é habilmente realizado pelo diretor Denis Villeneuve que utiliza de boa fotografia e edição de som para completar a atmosfera do filme.

Outro destaque está na boa atuação de Amy Adams, que sabe muito bem imprimir as emoções e diversas facetas de Louise que passa de uma professora desgastada até a linguista mais aberta e feliz que vai se mostrando durante a projeção. Sem dúvida a melhor personagem de todo filme.

Jeremy Renner interpreta Ian, um matemático que acaba se tornando o alívio comíco do filme, bom personagem mais poucamente aprofundado.

Saindo do campo dos personagens é bom também comentar que A Chegada possui cenas que vão deixar o espectador maravilhado como a primeira cena dentro do monólito alienígena e várias tomadas envolvendo campos e prédios.

A Chegada é um filme de ficção-científica de altos e baixos, bela fotografia e com recheio crítico ao que podemos chamar de nossa própria burrice e modo de agir perante o desconhecido.
Feito para pensar!

NOTA: 4,0 ****/5,0 *****