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terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Crítica: Eu, Tonya


Fantasiar a realidade é o hábito mais frequente das produções hollywoodianas. Em Eu, Tonya, essa afirmação se inverte, e a realidade (biografica, nesse caso) se torna fantasia.

O filme apresenta a história real da famosa patinadora Tonya Harding (Margot Robbie) e todos os escândalos de sua carreira durante a infância e a juventude.

Eu, Tonya recebeu três indicações ao Oscar de melhor edição, e não é pra menos, a história do filme se alterna entre a quebra da quarta parede e mini documentários durante a produção, que informam e divertem o espectador.

Vale destacar a condução do "roteiro" que é caprichada e a apresentação das histórias de Tonya como o abandono do pai e o escândalo das olimpíadas de se tornam ainda verossimeis, até porquê aconteceram de verdade.

Outro ponto que é o destaque nesta produção é o elenco!
Margot Robbie (fantástica como (Tonya) , Sebastian Stan (Jeff, marido de Tonya) e Allisson Janney (Lavona, mãe de Tonya) dão um show de atuação, verossímeis e graciosos, o trio interage bem junto com o resto do elenco que ainda inclui outras estrelas.
Eu, Tonya é um filme de fantasia da vida real, que conquista seu espectador através da história real da vida de Tonya que ganham uma boa dose de irônia e non-sense, tornando-o um filme espetacular, bem feito e muito divertido.

NOTA: 5,0 ****/5,0 *****

Crítica: Artista do Desastre


Pense num filme que leva as palavras "loucura" e "metalinguagem" ao máximo. A resposta exata é Artista do Desastre. O motivo? Vários!

O filme conta a história de Tommy Wiseau em sua mudança para Los Angeles junto com seu colega, Greg Sestero (James Franco). Com o tempo, a dupla descobre seu talento para atuação e juntos planejam lançar seu primeiro filme, The Room (O Quarto).

Artista do Desastre fala sobre as loucuras de Tommy Wiseau em sua empreitada para lançar The Room, fracasso de bilheteria e considerado o pior filme da história do cinema, o filme fala também sobre da relação instavel de Wiseau com Sestero e toda a confusão que foram as filmagens da difícil produção.
Divertido e ágil em sua montagem, o filme possui um elenco recheado de estrelas como Zac Efron, Josh Hutcherson, Seth Rogen e participações especiais que surpreendem e agradam o espectador, tanto pela ingenuidade de seus personagens (reais) como a bizzarice deles também.

The Disaster Artist (no original) se passa entre os anos 90 e 00 e não deixa passar em branco referências as músicas e os filmes daquela época, sobrando até para Jar Jar Binks de Star Wars, e o conhecido hit das baladas "Rhythm of the Night" da banda Corona.

O filme também ironiza sem dó, as conquistas reais e os fracassos reais de Tommy Wiseau (Dave Franco, numa atuação louca e sensacional) tornando este filme num dos favoritos ao Oscar e conquistando de vez seu espectador.
Recomendo.

NOTA: 4,0 ****/5,0 *****

sábado, 24 de fevereiro de 2018

Crítica: Lady Bird - A Hora de Voar



O lançamento de filmes que falam sobre a transição juventude-maioridade são constantes. De tempos em tempos o cinema recebe uma nova obra baseada nessa transição. Lady Bird, indicado a cinco categorias no Oscar e também o primeiro filme da diretora e roteirista Greta Gerwig é divertido mas clichê, o que não é necessariamente ruim.
O filme passado no ano de 2002 conta a história de Christine - auto-intitulada "Lady Bird" que está em busca de sua própria identidade. No último ano do ensino médio, ela é obrigada a lidar com as crises financeiras, as constantes brigas com a mãe e todas as transformações ocorridas na adolescência.
Lady Bird - A Hora de Voar tem muitos altos e baixos, o que o torna um filme irregular, apesar de ser recheado de boas intenções.
O principal ponto negativo da produção é a narrativa que demora a engatar, o que destrói por inteiro as expectativas (ou o hype) criadas para conferir a produção, o espectador não vai encontrar ritmo agitado neste filme, já aviso.

Nos pontos positivos, temos uma fotografia bem simples, mas que armoniza os ambientes e trabalha junto com a bem escolhida paleta de cores, como em uma das cenas em que Lady Bird caminha por um bairro rico de sua cidade uma das melhores do filme em seu visual. O elenco e a construção de personagens estão ótimos, a relação de Lady Bird com os pais, principalmente sua mãe, é básica e de fácil identificação do público, assim como as atitudes típicas de uma adolescente cometidas por Christine "Lady Bird".
O grande destaque do filme é a atriz Saiorse Ronan que interpreta Christine, com todas as características de uma jovem de 17 anos. A atriz constrói uma personagem ora irritante, mal-humorada, engraçada, violenta ou ingênua, é clichê? Sim, mas que adolescente não tem ou teve essas características?
Brincando com a realidade, o filme fala sobre o desejos da juventude, primeiro amor, faculdade e colégio, problemas familiares e crises financeiras, tudo isso sobre o olhar de Christine. 
Lady Bird - A Hora de Voar é um filme curto que não necessitava de todo o boca a boca que a imprensa criou para o Oscar, como eu comentei no início é um filme de altos e baixos, clichê, mas divertido, recomendo conferir em casa.
NOTA: 3,5 ***-/5,0 *****

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Crítica: Pantera Negra


Os filmes solo da Marvel, tanto como suas franquias possuem suas características pessoais, como seus próprios personagens ou cenários específicos que tanto marcam seus espectadores, Pantera Negra, novo filme solo do estúdio Marvel, marca pela apresentação de novos personagens, tradições da cultura africana e a representatividade criada tanto por seu elenco e seu personagem principal.


No filme, após a morte de seu pai, T'Challa assume seu papel como o  novo rei de Wakanda, com a ajuda de sua guarda real, T'Challa busca proteger a tecnologia e a segurança da nação de um antigo inimigo sobre o traje do Pantera Negra.

Pantera Negra é um filme recheado de personalidade, é um filme Marvel com menos cara de Marvel, com recursos bem criativos, suas cenas de ação impressionam, uma das melhores cenas da produção fica por conta de uma perseguição de carro e a toda a mitologia do herói título é bem construída e apresentada.

Tocando implicitamente e explicitamente em assuntos como a segregação racial e o governo Trump, o roteiro do também diretor, Ryan Coogler (Creed, 2015), possui uma construção excelente, tendo tempo para desenvolver sua história e personagem.

Toda a cinematografia do filme é de ótima qualidade, a competente fotografia captura com qualidade diversos cenários da Africa e outros cenários como a batalha no campo, é uma das melhores nos filmes Marvel traz uma experiência visual excelente,  apesar de algumas cenas haver um excesso de CGI.

Vale destacar também a trilha sonora tanto instrumental quanto musical do filme, Ludwig Göransson constrói uma trilha que se diferencia de outras do estúdio, baseado em instrumentos usados nas canções africanas tornando a soundtrack original e bem interessante.


Recheado com representatividade racial e feminina e um ótimo elenco, Pantera Negra não é o melhor filme da Marvel, mas está no ranking dos melhores, mantém a essência do estúdio e traz um entretenimento que diverte e conscientiza o espectador.

NOTA: 4,5****-/5,0 *****

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

AS ESTREIAS DE FEVEREIRO NOS CINEMAS!

Mais um mês chegando, mais um calendário de estreias pra você!
Este mês teremos diversos concorrentes ao Oscar chegando as telas, além de uma animação e a estreia de um novo herói da Marvel.

* - Indicado ao Oscar

A Forma da Água* - Hoje nos Cinemas.

Paddington 2 - Hoje nos Cinemas.

Todo o Dinheiro do Mundo* - Hoje nos Cinemas.

O Sacrifício do Cervo Sagrado - Hoje nos Cinemas.

Eu, Tonya- Hoje nos Cinemas.

Lady Bird - A Hora de Voar* - Hoje nos Cinemas.

Três Anúncios Para um Crime* - Hoje nos Cinemas.

Mudbound - Lágrimas sobre o Mississipi* - Hoje nos Cinemas.

Pantera Negra - Hoje nos Cinemas.

A Grande Jogada* - Hoje nos Cinemas.
Trama Fantasma* - Hoje nos Cinemas.

Agora é só juntar os trocados e ir conferir esses filmes nas telonas!

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Crítica: A Ghost Story


Já parou para pensar o que um parente ou amigo seu deixou para a posteridade? Ou como ele deixou?
Esse é um dos temas tocados em "A Ghost Story", filme simples, tocante e extremamente bem feito.
O filme conta a história de um homem (Casey Affleck) que junto com sua esposa (Roney Mara) se mudam para uma nova casa. Após um terrível acidente, o homem acaba morrendo e volta a vida como um fantasma invisível, a partir deste momento ele percebe como sua recente morte está afetando toda a sua família.
A Ghost Story é uma mistura de vários gêneros em um só filme, há fantasia, muito drama e uma boa dose de ingenuidade. A figura do fantasma com o lençol transmite bem essas características, você não pode ver seu rosto mas ainda sim percebe suas expressões, essa é uma das melhores escolhas da produção.
O filme possuí um elenco particularmente pequeno, mas que logo ganha a afeição do espectador. Rooney Mara interpreta a esposa que não possui nome e transmite bem as características de uma viúva, uma interpretação tocante.

O destaque de "A Ghost Story" é sem dúvida, Casey Affleck, que interpreta o marido e o fantasma, uma atuação que encanta o espectador por sua simplicidade e veracidade, é ver para crer.

Na parte técnica só tenho elogios. "A Ghost Story" tem estrutura parecida com a de um documentário, o formato de tela do filme como um polaroide impressiona o espectador, a fotografia que oscila entre ambientes escuros e claros é outro destaque, uma cena que ocorre no topo de um prédio é uma das melhores do filme, que não teria tanto impacto se não tivesse uma fotografia luminosa tão perfeita, outra cenas impressionam o espectador também pela qualidade visual.
A Ghost Story é um filme com nos faz vários questionamentos, como o que deixaram ou o que vamos deixar para depois de partirmos e quais marcas desejamos manter.
Profundo e capaz de arrancar lágrimas, A Ghost Story é um ótimo drama, recomendo muito.
NOTA: 4,0 ****/5,0 *****

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Crítica: O Destino de Uma Nação


O cinema sempre está em busca de apresentar os acontecimentos históricos para seu público, seja apelando para o lado técnico ou na nostalgia do espectador. Dunkirk, por exemplo, apresentou o lado  bélico da Segunda Guerra Mundial. O Destino de Uma Nação apresenta o lado burocrático da Segunda Guerra Mundial.

O filme apresenta Winston Churchill (interpretado por Gary Oldman), que se torna  Primeiro Ministro da Grã-Bretanha tomando como missão a confirmação de um tratado de paz com Hitler em um período violento e bruto na História.

O Destino de Uma Nação demora a engatar, é um filme de altos e baixos. Há muitos destaques como a excelente fotografia e toda a parte técnica, mas a construção e falta de cenas com mais ritmo incomodam, tornam o filme mais lento, tirando um pouco do brilho. Os acostumados com filmes de ação podem não gostar.

O destaque principal do filme fica por conta de Gary Oldman, numa interpretação visceral, divertida e impressionante que lhe rendeu o Globo de Ouro de melhor ator. Irreconhecível debaixo de uma maquiagem bem feita, o ator toma o papel de Churchill e garante a empatia do espectador desde os primeiros momentos do filme.

Sem muita ação, a base principal de O Destino de Uma Nação fica na boa interpretação de Gary Oldman e  nos bons recursos técnicos que atraem o espectador.

NOTA: 3,5 ***-/5,0 *****