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sexta-feira, 31 de março de 2017

Crítica: Ghost In The Shell (A Vigilante do Amanhã)


Ghost In The Shell, assim como os recentes blockbusters se preocupa mais em tecer o que está por fora (o visual ultra tecnológico), do que o que está por dentro (um roteiro mais completo).
Baseado no anime original, o filme conta a história de Major, uma mulher que após um acidente, tem sua consciência transferida para um corpo robótico na missão de deter ataques cibernéticos. Na busca por mais respostas, ela começa a perseguir uma misteriosa empresa.
É impressionante os milhões de dólares gastos numa produção como essa, e mais impressionante é o fracasso financeiro tanto quanto foi nos EUA, quanto no mundo todo. Prova de que não agradou.
Os problemas não param por aqui. A bela Scarlett Johansson interpreta uma personagem japonesa como se fosse a coisa mais normal do mundo, clara escolha de executivos que buscam rostos em detrimento da representatividade.
O resto do elenco está na média, o destaque mesmo fica por conta de 
Kaori Momoi que interpreta uma personagem que surge próxima ao final do filme.
Os quesitos técnicos distraem o espectador do show de pieguices. A fantástica edição de som e a construção do Japão futurista com autodoors que se movem, as ruas repletas de adereços e os personagens robotizados são um dos alguns dos destaques nesta categoria.
A Vigilante do Amanhã: Ghost In The Shell é um festival de frases de efeito ridículas, lindos efeitos especiais e algumas atuações bem medianas. É mais um filme pipocão pra se assistir em casa.
NOTA: 2,5 **-/5,0 *****

sexta-feira, 24 de março de 2017

Crítica: Power Rangers - O Filme


2017 é sem dúvida o ano mais nostálgico da história do cinema. Aos montes, produções e séries de mais de 20 anos atrás estão de volta as telas grandes.


Entrando também no barco da nostalgia (e do lucro fácil) está a nova adaptação de Power Rangers.
O filme apresenta Jason, Zack, Billy, Trini e Kimberly, cinco estudantes que são unidos pelo destino para a missão de proteger o planeta, como o grupo chamado de Power Rangers.

Power Rangers: O Filme se atualiza com smarthphones de última geração, algumas gírias e uniformes tecnológicos (lindos por sinal) invés da lycra apertada dos personagens. A parte ruim é que não conseguiram atualizar os conflitos clássicos da narrativa escolar dos personagens, onde há aquela clássica humilhada ao personagem bondoso ou aquela zuada com a personagem mais humilde. Conflitos sem inspiração que nós fazem pensar: "Roteiristas, estamos em 2017, vamos mudar as clássicas situações?"

Algo que dá pra falar bem são os movimentos de câmera do diretor que mesmo sem o uso de tecnologia 3D cria uma janela entre o público, um efeito quase imersivo. A fotografia do filme também não faz feio e tem cor e frames espetaculares.

A edição e mixagem de som do filme estão ótimos e sem dúvida, é um dos detalhes que vão surpreender o espectador, a batalha final fica bem mais elétrica!

Os atores estão bem confortáveis como os Rangers, que mesmo estando no piloto automático se saem bem na missão.
Elizabeth Banks é um dos poucos nomes famosos no elenco, interpretando Rita Repulsa, a vilã clássica dos Power Rangers. Caricata e sarcástica a personagem está agradável e atualizada para os novos tempos.

O destaque entre os atores fica por conta de RJ Cyler que interpreta Billy, o Ranger Azul com uma aura encantadora. A empatia pelo personagem é imediata, e sem dúvida é o melhor personagem de todo o filme.
A trilha sonora do filme é bem escalada, o problema fica por algumas cenas onde resolveram encaixa-las. As cenas mais calmas incluem pop e as cenas mais importantes ficam bizarras como a batalha final que inclui uma luta dos Zords ao som de um rock pesado, algo jamais visto. Talvez tenha sido essa a intenção, mesmo assim o saldo é positivo.

Talvez este remake não tenha sido necessário, mas também ele traz consigo algumas boas surpresas como as referências para os mais familiarizados com as primeiras temporadas da antiga série dos Rangers, traz também a quebra de preconceitos e a pregação da inclusão.

Meio cômico, um pouco emocionante e com uma pitada de diversão louca, este novo Power Rangers é remodelado pra quem procura uma fonte de nostalgia ou diversão ligeira com lição de vida.
NOTA: 3,5 ***-/5,0 *****

quinta-feira, 23 de março de 2017

Crítica: Fragmentado


Partindo da existência de uma doença mental real, o diretor M. Night Shyamalan cria um filme com um dos personagens mais carismáticos e fantásticos em tempos.

O filme conta a história de Kevin, um homem que possui diversas personalidades em sua cabeça. Uma dessas personalidades sequestra Casey e suas amigas. O perigo maior começa quando a pior personalidade de Kevin está prestes a surgir e atacar.

É importante mencionar que o filme não se trata de um terror-físico, mas sim um terror-psicológico, aqui o diretor aproveita cada cena para dar mais pistas e enfim juntar o quebra-cabeças.

O filme possui cenas fantásticas com movimentos de câmera e enquadramentos perfeitos.
Fragmentado também é um filme onde a duração de 117 minutos constroem bem a história, seus poucos personagens e todo os conflitos da trama. É um novo caso (raro) daqueles filmes que duas horas parecem menos.

As atuações estão mais que espetaculares. A dupla principal James McAvoy e Anya Taylor que interpretam Kevin e Casey, possuem ótima interação nas cenas.

O destaque fica por conta de McAvoy, que interpreta Kevin. O ator está impressionante como as diversas personalidades. Sem dúvida, a melhor interpretação de toda a carreira do rapaz!

Split (título original) é uma grata surpresa neste ano, um filme original, que mesmo com uma história simples, vale muito a ida ao cinema para conferir
NOTA: 4,5 ****-/5,0 *****

sábado, 4 de março de 2017

Crítica: Logan



Os filmes de super-heróis estão em excesso chegando as salas de cinema do mundo inteiro. Com produções polêmicas e algumas bem elogiadas - como os recentes Quarteto Fantástico e Deadpool, respectivamente produzidos pelo estúdio FOX.

O ponto de partida deste gênero foi sem dúvida X-Men: O Filme, lançado em 2000. Uma produção espetacular que sem prescendentes se tornou um clássico com seus efeitos especiais inovadores e seus personagens maravilhosos. E é claro que o destaque ficou com a estreia de Hugh   Jackman como Wolverine. O tempo passou e assim vieram os péssimos e os medianos filmes da franquia: "Origens Wolverine" e "X-Men: O Confronto Final" com seus efeitos digitais ruins e saldo nada satisfatórios.

Mas agora os tempos mudaram e com um pouco de tempo desde sua última aparição,  Wolverine/Logan finalmente recebeu o que merecia à 17 anos - um excelente filme criado pela FOX e dirigido por James Mangold que opta por um filme tradicional com belas atuações, não uso de tecnologia 3D e boas referências aos quadrinhos.

O filme se passa anos após os tempos  das batalhas épicas dos X-Men, onde Logan e Professor Xavier estão lutando por sua sobrevivência. Com uma misteriosa corporação perseguindo o grupo, a dupla precisa também proteger Laura, uma misteriosa menina que se juntará a eles.

Surgindo de um ponto dramático talvez até cômico, "Logan" mostra como a idade chega até para os heróis, isso tudo bem demonstrado numa incrível cena de abertura que mistura uma bela cinematográfia com uma dose de violência, capturando o espectador logo de entrada.

As cenas de ação do filme estão muito bem produzidas para o deleite e satisfação do fãs que vão se surpreender.  A maquiagem é sem dúvida um dos destaques aqui e que maravilha ficou... as feridas das garras do Wolverine, o sangue espirando entre os personagens a demonstração da idade de Logan ficaram muito mais surpreendentes com o belo trabalho da produção.
A trilha sonora de Marco Beltrami incorpora bem as cenas e tocam o espectador mais emotivo. Joia!

A atuação de Hugh Jackman está caprichada como o Carcaju que em todos os momento dá a faceta perfeita para Logan como alegre, endurecido e raivoso.
Patrick Stewart está excelente em sua última atuação como o Professor X. Arrancando lágrimas e algumas risadas ele dá uma bela última interpretação a um dos personagens mais queridos do grupo de mutantes.
E agora vamos falar do destaque Dafne Keen, que está maravilhosa como a menina Laura, também chamada de X-23. As cenas que interpreta tem um charme especial que encantam e assustam o espectador com o talento e ferocidade da garota!

Num filme cheio de tantos destaque fica difícil não elogiar também as referências aos quadrinhos que os fãs mais assíduos vão gostar de notar!

Os parabéns vão para o excelente diretor James Mangold que com poucos elementos faz um filme tradicional de várias faces como engraçado,  emocionante e sangrento.
Chega a hora de pendurar as garras mas não sem antes dar um belo (e como) ADEUS!
NOTA: 5,0 *****/5,0 *****

Crítica: Aliados


Aliados é aquele tipo de filme que exagera e as vezes exagera no próprio sentido de exagero (uma cena envolvendo um parto e bombas nazistas é a maior afirmação disso)
Mas isso não significa que seja necessariamente ruim, chega a ser muito divertido.

O filme apresenta o casal Marianne e Max, uma especie de dupla de espiões operando em plena Segunda Guerra Mundial. Após uma infiltração em uma comemoração nazista, Max começa a desconfiar de que sua familia está correndo risco.


Assim como já comentei, Alied (título original) tem muita agitação nas suas mais de duas horas de exibição que com a boa edição soam pouco arrastadas e dão ritmo construtivo a essa espécie de filme de espionagem trash. Assim como a boa edição há também uma ótima mixagem de som que dá um show a parte, as sequências de bombas e shows de tiros estão absurdamente fabulosas.
Talvez uma pergunta que você esteja fazendo:
"Porquê diabos um filme assim foi indicado ao Oscar de melhor figurino?"
Fácil responder, eles estão de tirar o fôlego. A inclusão de vestidos chiques e ternos brilhantes iluminados por explosões são o destaque.

Outro ponto que também vale ser destacado
é a categoria de cabelo e maquiagem, em que a atriz e o ator Brad Pitt estão muito bem encaixados  nesses detalhes, espetaculares eu diria.

Reafirmando a boa química de Marion Cotillard e Brad Pitt, uma das melhores cenas é que o casal começa a discutir o horário adequado para realizar uma explosão.
Com uma reta final até possível de deduzir (que mau) o filme se saí bem 70% do tempo. Agora se você vai sair satisfeito da exibição, aí já não é comigo.

NOTA: 3,5 ***-/5,0 *****