Tradução

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Crítica: Alien - Covenant


A franquia Alien foi iniciada por Alien: O Oitavo Passageiro em 1979, dirigido por Ridley Scott, o filme era uma produção muito a frente de seu tempo, um marco histórico no mercado cinematográfico, disso não há dúvida.
Mas os tempos mudaram, a arte de assustar já se perdeu e os estúdios estão explorando seus clássicos personagens na tentativa de imprimir dinheiro. Alien: Covenant se enquadra como uma sequência de Prometheus (2012) e prelúdio de Alien de 1979.

O filme apresenta a tripulação da nave colonizadora Covenant, que viaja na tentativa de criar vida humana em um planeta recém-descoberto. Após chegarem ao planeta, os tripulantes descobrem que aquele lugar não é totalmente desabitado.


É difícil não ter ficar num meio termo com este filme. De um lado (técnico), temos o belíssimo visual com tons cinzentos e um primorosa sonoplastia, já no outro (história) temos personagens poucos aprofundados e história com gancho para futuras sequências.
É maçante o que fizeram com o Alien, a máxima exploração do personagem através dos anos, este Covenant já se sabota por esta razão. As cenas com o monstro ficaram com um belíssimo CGI, mas falta aquela construção das cenas em que o personagem se misturava com cabos e no escuro como em O Oitavo Passageiro.
Os atores estão na média, não se pode pedir muito de um elenco em que um personagem morre a cada cinco minutos. Katherine Waterston interpreta Daniels com um ar de criança mimada e heroína badass, a personagem não deixa de soar como uma alusão a Ripley, mas tem bons momentos. Já Michael Fassbender interpreta David, o androide visto em Prometheus com suas expressões graciosas, sem dúvida o melhor personagem de todo o filme.
Um dos bons destaques aqui ficam por conta de uma busca por criadores, saber de onde viemos, questão que é feita desde as cenas iniciais e no decorrer da produção. Outro destaque fica por conta da construção da atmosfera, onde os sustos não são sempre usados, basta apenas o ataque acontecer e pronto.
Além desses elogios tenho que mencionar que o filme é muito bem filmado, captado, editado e é suficiente pra agradar olhos e ouvidos do espectador.
Olha que fotografia linda!
Apesar de ainda ser basear em um tipo de extorsão cinematográfica, este novo Alien é barulhento, bem filmado, tem horror na medida e tem seus atores correndo pra se salvar, além de respostas para acontecimentos não explicados em Prometheus.
O que mais podia se querer?

NOTA: 3,5 ***-/5,0 *****

Cuidado, ele tá perto e vai levar sua carteira...




segunda-feira, 8 de maio de 2017

Crítica: Silence (Silêncio)

O diretor Martin Scorsese está de volta com novo filme visceral que apresenta recursos técnicos fantásticos e uma boa história.

O filme se passa no século 16, um tempo onde o cristianismo era proibido e conta a história de dois jovens padres portugueses que devem viajar até o Japão para resgatar seu antigo mentor.
Silêncio é primoroso desde sua abertura, onde não há sons, ou qualquer fala. O que proporciona uma ótima construção da atmosfera do filme.

Outro destaque são os atores Andrew Garfield e Adam Driver, que interpretam Rodrigues e Sebastião. A dupla tem ótima interação em tela, se saindo bem na interpretação.
Liam Neeson é outro destaque neste elenco particularmente pequeno, interpretando Ferreira, um padre que passa a se arriscar na missão de propagar o cristianismo.

Em quesitos técnicos, o filme não faz feio. A fotografia é muito bem escolhida, onde o azul e o cinza predominam. Os enquadramentos também ficaram fantásticos. A edição de som não fica devendo e nas poucas cenas com sons faz um espetáculo, como em uma cena que incluí ondas.

Silence (título original) também traz muito mais do que fotografia bonita e atores em sintonia, mas também uma imersão visceral como em algumas cenas de tortura (que não são poucas) e algumas onde os personagens são obrigados a atos que vão contra suas crenças!

Um dos poucos problemas que vem junto com toda a cinematográfia espetacular, é a longuíssima duração de 2 horas e 41 minutos, que acaba incomodando qualquer espectador, apesar de ser necessário para montar toda a história do filme.
Não se importando com duração, o espectador recebe um filme aproveita este tipo de espetáculo.

É estranho como um filme tão bom tecnicamente foi tão esnobado em prêmios como Globo de Ouro e Oscar.

NOTA: 4,0 ****/5,0 *****